quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

DESPEDIDA DA SARJETA, OUTROS ARES PARA ESCREVER/ BOA FOLIA PARA TODOS


O meu blog, a minha sarjeta virtual será fechada. A tendência é voltar com outra bodega na mesma linha: viajando nas ideias, compartilhando pensamentos sobre livros, músicas, filmes, viagens e prosas de amigos.

Mas isso só depois do Carnaval. Boa folia! Aos adeptos da festa da carne, é chegada a hora de levantar as mãos e cair na farra.

Um bom carnaval a todos, como diz aquela saudosa marchinha:


“Não me leve a mal/ 
Vou beijar te agora/ 
Hoje é carnaval!”  

sábado, 4 de fevereiro de 2012

MACHU PICCHU É UM LUGAR QUE NÃO EXISTE





Numa fase de urgência em aventura, um tempo atrás, eu e o meu amigo Niltinho, com a sua namorada na época, Aline, hoje esposa dele, resolvemos fazer a clássica rota andina dos mochileiros, de busão e trem, de São Paulo até Machu Picchu, cerca de 90 horas de condução.

Ah, deixa eu informar para os desavisados, Machu Picchu é uma cidade histórica pra não dizer lendária e mística, localizada no Peru.

Voltando a viagem em si. Eu particularmente saí de casa com 500 dólares, 200 reais, pão pullman e algumas latas de atum – só para economizar com comida nos três primeiros dias.

Foi, sem dúvida, uma das trips mais louca que eu já fiz até hoje. Deu tudo errado em termos de roteiro. Pegamos uma greve geral na Bolívia, além de um clima tenso, meio que de guerra civil. É tio Drummond, havia uma Bolívia no meio do caminho. Tudo muito pobre por lá, pelo menos pelos poucos lugares em que passamos no território boliviano. 
Curtimos alguns dias na cidade de Corumbá, pertinho da fronteira, e depois subimos na carroceria de uma caminhonete e fomos parar nos cafundós do Pantanal, em Nhecolândia.

Apesar de não ter faltado aventura. Aliás, os últimos três dias de estrada foram bem dramáticos. A nossa grana acabou. O Niltinho gastou o dinheiro dele em carrinhos e uísques no Shopping China da Bolívia, espécie de Galeria Pajé lá deles, e ficou com o dinheiro da volta contadinho pra condução. Eu acabei doando a minha grana numa causa humanitária que surgiu diante de uma situação bem triste, e fiquei ainda pior, sem granha pra voltar. Foi uma doideira, mas no final deu tuco certo. 

A verdade é que ficamos meio decepcionados com o fato de não termos chegado até lá, a mítica terra dos incas. Machu Picchu era o sentido dessa jornada.

A viagem chegou ao fim. Voltamos pra casa sem sentir o vento frio que sopra nas ruínas incas.  Sem contemplar o Deus-Sol. Sem conhecer Machu Picchu, coração dos Andes.

Ah, antes que me chamem de louco, deixa eu explicar, é claro que o título acima: MACHU PICCHU É UM LUGAR QUE NÃO EXISTE, é um deboche, uma espécie de autogozação, uma mistura de frustração com revolta por ainda não ter conhecido esse lugar.

Mas em breve eu tento de novo, afinal, para chegar lá, só basta uma mochila e pegar a estrada.