quinta-feira, 31 de março de 2011

O GRANDE ESPETÁCULO DA TERRA


O Circo de Soleil que me perdõe, assim como o Maracanã lotado gritando gol, ou uma abertura de Jogos Olímpicos, mas não tem espetáculo mais maravilhoso na imensidão deste Planeta Azul do que uma mulher tirando a roupa, bem DE-VA-GAR.

A cada peça jogada pra fora da cama vem a sensação de que um mundo melhor é possível, de que existe prazer nessa vida louca. É um gesto aparentemente simples, mas belo e grandioso. Nem carece ser uma Halle Barry, a natureza feminina já é uma tempestade, feliz e arrebatadora, diga-se de passagem, quando provocada entre quatro paredes, então, nem se fala, ou sob a luz do luar que bate em seu corpo com a mesma luminosidade ao tocar na água do mar, não tem poeta que fique sem inspiração.

Nos seios da mulher o mundo fica menos confuso, diria até, mais claro, sereno como um pôr-do-sol. Entre as suas pernas não há depressão ou crise existencialista que resiste. No seu cangote, naquele momento de sussurro, a vida vira uma gostosa viagem por mares nunca antes navegados. No seu bumbum está escrito o epílogo da alegria do homem, pois ali ele morre e renasce.

Mesmo no final do show, depois de toda transpiração deixada no lençol, o espetáculo parece não ter fim, ou algum cueca de plantão sugere imagem mais linda do que levantar e ver uma linda garota estendida na cama. Esse é um espetáculo, às vezes efêmero, às vezes duradouro, em outras sentimental, ou apenas carnal, mas, com certeza, sempre profundo.     

quarta-feira, 30 de março de 2011

É...

O amor e as suas relações certeiras de causa e efeito. Sempre o coração, ilógico como ele só, para provocar esses desajustes mentais. Eis um sentimento que consegue nos deixar entre o cômico e o melancólico, como nesse interessante filme "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças", do qual eu deixo um clipe maneiro para  apreciação. E ainda tem essa música do Beck que é uma baita melodia.

Hoje eu lembrei de uma Gata que passou pela minha vida, faz um tempo que não a vejo,  lembranças, lembranças, lembranças... É... faz parte da vida.

segunda-feira, 28 de março de 2011

"DEBAIXO DAS RODAS DE UM AUTOMÓVEL"

Este título acima é o nome de um livro de poemas do Rogério Skylab, que eu, certo dia, tive a sorte de encontrar num sebo. Entrei no estabelecimento só para me distrair, xeretar as prateleiras e lá estava a obra dando sopa, não resisti e comprei. Tem um soneto que eu gosto bastante, deixo registrado por aqui. 

CAFÉ DA MANHÃ

Esperávamos tanto um do outro
Imaginávamos até uma chuva eterna
Dessa vez tudo há de ser diferente
- foi o que tacitamente nos dissemos.

Cheguei a balbuciar algumas palavras
- todas elas dispensáveis -
na vã esperança de fixar o
volátil e o sem nome.

Terminado o gozo, porém,
viramos cada um pro lado  
e dormimos o sono dos justos.

De manhã, acordamos com os passarinhos,
não trocamos uma palavra,
tomamos café e nunca mais nos vimos.

(Rogério Skylab)


 
O livro realmente é muito bom, recomendo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

ECOS DA ÁFRICA



A primeira vez que ouvi esse som foi numa loja de conveniência no aeroporto de Johanesburgo, enquanto eu matava o tempo, observando artesanatos, até a hora do embarque. Como curti o som, pedi o nome de quem estava cantando para uma vendedora, quis saber qual era o CD. Mesmo com o meu inglês claudicante, gestual, flutuante e algumas vezes inexistente, ela entendeu e anotou num papel: DOBET GNAHORE.

Desde então, venho acompanhando e baixando tudo que pinta na internet dessa cantora marfinense. Deixei o seu myspace nos meus favoritos. Sempre coloco pra escutar esse afro beat suave que ela entona com estilo e doçura. O nome dessa canção é "Palea". Nesse video aí ela canta com outros artistas e aparece tirando um som maneiro de um vaso. A mulher aí é show.

quinta-feira, 24 de março de 2011

RECOMENDO:


"Um escritor, assim como um boxeador, deve permanecer sozinho"

Como diria o Cazuza "Mentiras sinceras me interessam". Gostei muito dessa história. Um jornalista procura alcançar o sucesso fazendo uma matéra sobre um antigo boxeador, uma velha lenda do boxe, que vive como mendingo nas ruas de Denver. Achei um filmaço em todos os sentidos, desde o roteiro até a interpretação dos atores Samuel L. Jackson e Josh Hartnett. O filme é de 2007, estreou no Brasil em 2008 com o título de "O Renascer do Campeão", mas só agora fui assistir, o engraçado é que ninguém me indicou, nem sabia da existência dele, passei na locadora, me interessei pelo título, li a sinopse e aluguei. Lembrei do quanto estou atrasado em relação ao cinema, e olha que eu gosto de filmes, sempre que sobra uma grana vou conferir alguns lançamentos na telona.  

quarta-feira, 23 de março de 2011

A COBRA E O BEIJA-FLOR




Navegando na internet, no infinito abrir e fechar de janelas, encontrei essa foto, achei-a sensacional, não tinha o nome do autor, nem referência de alguma fonte, não faço ideia de quem fez, talvez seja até um photoshop, pode ser, mesmo assim, a imagem é genial: a cobra e o beija-flor,  de um lado a frieza de uma lesta e mortal criatura, do outro, a leveza da graça na suavidade de um pássaro. A natureza e os seus contrastes, sempre fascinantes.

terça-feira, 22 de março de 2011

SESSÃO NOSTALGIA: SUPER-HERÓI AMERICANO


Um sujeito atrapalhado, professor de História, cujos alunos não davam a mínima para as suas aulas. Fora isso, ele é recém-divorciado e luta pela guarda do filho. Enfim, problemas não faltavam na vida do cidadão.
Certo dia, a fim deixar a matéria mais dinâmica, resolve levar a classe ao deserto, num tipo de excursão. Depois de um monte de intempéries o ônibus quebra.  Ele deixa os alunos e sai andando sozinho à procura de ajuda, de algum posto, de algum mecânico... De repente, se vê na frente de um disco voador, de lá sai um homem que lhe entrega uma mala contendo um uniforme vermelho (no melhor tom de bordel) e umas pastas que, segundo informações dos alienígenas, dariam-lhe poderes de um super-herói. Só que ele, totalmente estabanado, deixa cair uma parte das pastas. 

Resumindo: O manual ficou incompleto. Voava de maneira torta, caindo do nada, sem noção para aterrissar. Ficava invisível na frente dos bandidos e depois não conseguia sair da invisibilidade, bem na hora que havia marcado um encontro com a namorada. Ia derrubar uma parede, precisava de várias trombadas. Só o fato de ter que pôr o uniforme do herói, já ganhava ares de “sofrimento”, uma estabanada e cômica luta contra a sua desordenada coordenação motora (risos).

Assim, se não me falhe a memória, ou mais ou menos assim, começa a série “Super-Herói Americano”, produzida entre 1981 e 1983 que teve mais de 40 episódios. Por aqui, passou no SBT (Valeu, Silvio!) de 1982 a 1985. Com essa pegada meio trash, meio tosca, meio macunaimica, hoje retrô, mas totalmente engraçada. 

Pode chamar de sessão nostalgia. Mas a verdade é que conversando com um amigo sobre séries antigas. Lembrei dessa na qual eu me amarrava. Rachava o bico com os micos e as atrapalhadas do cara que não tinha nenhuma pinta do DNA clássico de um herói, nada de músculos, nada de charme, nada de força... Dá-se aí, creio eu, a grande sacada da série, debochar de uma sociedade que adora criar heróis superpoderosos. Uma zombaria total, para não dizer piada, das narrativas míticas, apresentando um herói às avessas.

Encontrei no youtube esse vídeo, com algumas cenas do seriado e ainda editado com a música Learn to Fly do Foo Fighters. Não haveria título de música mais apropriado para homenagear o divertido herói que costumava voar de maneira hilária. Um anjo torto. Confere aí!

sexta-feira, 18 de março de 2011

IMAGEM DO DIA



Cartaz pregado em algum canto de Sampa. Eu  também acho ele importante, apesar dele, às vezes, nos enlouquecer, mas isso deve fazer parte do gira mundo em que vivemos. Sem falar que em muitos momentos ele é o sol que dá beleza e alegria as fases de aridez da vida. Nos versos do Camões ele é "fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer; é um não querer mais que um bem querer...
É isso aí. Valeu, amor!

quinta-feira, 17 de março de 2011

DIZ AÍ, MILLÔR:


Viver é desenhar sem borracha.”

Não devemos resistir às tentações, elas podem não voltar.”

Esta é a verdade, a vida começa quando a gente compreende que ela não dura muito.”

Sim, do mundo nada se leva, mas é formidável ter uma porção der coisas a que dizer adeus.”

Quando todo mundo quer saber é porque ninguém tem nada com isso."

Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem." 


Esses bem articulados dizeres, citados acima, são do jornalista, escritor, cartunista, artista plástico, teatrólogo, tradutor, poeta, atleta e pensador... Ufa! Millôr Fernandes, um dos grandes intelectuais do Brasil.

Tem um livro chamado Millôr Definitivo - A Bíblia do Caos, publicado pela LP&M, com 5.142 frases do nosso ilustre pensador. Numas de deixar esse blog mais sábio, deixo registrado algumas aspas desse mestre das palavras, que como bem resenhou o jornalista e escritor Ruy Castro sobre o Millôr, na sua Enciclopédia de Ipanema: “Do de buraco de rua à ideologia, pense em qualquer tópico moderno e você encontrará um palpite de Millôr – quase sempre de uma espantosa incorreção e, como se diz mesmo?, na contramão da unanimidade (às vezes você se irrita com o que o Millôr escreve e só muito depois descobre que ele tinha razão”.

Quem já leu um alguma coisa da obra dele, e só por essa meia dúzia de  citações que eu postei, já dá pra saber que é bem por aí.


quarta-feira, 16 de março de 2011

O SOM DA ONDA HIPPIE QUE EMERGIU NA MPB


Só na intenção de começar bem o dia, posto aqui via youtube dois vídeos antológicos dos Novos Baianos. Sem dúvida, mesmo não existindo mais, é um dos meus grupos favoritos, vira e mexe, não só comento sobre o legado cultural que deixaram, mas também sempre escuto o som desses antigos hippies que viviam em comunidade, num sítio denominado “Cantinho do Vovô”, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, pregando paz e amor, desapegados de qualquer consumismo, ‘tinindo e trincando’ como diz uma de suas canções, viajando no sentido mais alucinógeno da palavra.

O fato é que misturaram guitarra com pandeiro e matizaram com um colorido transcendental a música brasileira. Aliás, o disco “Acabou Chorare”, lançado em 1972, é considerado pela crítica especializada como um dos grandes álbuns da MPB. Eu assino embaixo. Som na caixa!

A Menina Dança


 "Minha carne é de carnaval, 
   meu coração é igual"

terça-feira, 15 de março de 2011

CADÊ VOCÊ? OU UM RETRATO DE AMOR


O pensamento ‘longe, muito longe’, sentindo a lembrança de uma grande paixão dissolvida no horizonte. Quando se dá conta, está parado na janela, com o olhar à deriva, segura uma foto que tiraram certa vez, ela com a camisa da seleção brasileira e ele com uma do Che Guevara.

Nesse tempo haviam feitos juras de amor, transavam ao som do Simply Red tocando Holding Back the Years. Deixavam essa faixa no repeat. Imaginavam como seriam os seus filhos, a casa não teria sofá, só almofadas pelo chão, vários móveis rústicos, decoração feita por objetos antigos como uma máquiana de escrever na varanda, um quarto de hóspedes povoado de pôsteres de banda de rock, só para receber as visitas, profetizavam tudo isso nessa época.
 
Ele falava que ela era a Linha do Equador dele. Já ela o chamava de Tesouro, quando não: Chico, já que seu nome era Francisco. Passavam noites assistindo filme de terror e acordavam como um casal de filme romântico, apaixonados, infestados de gozo e tesão matinal, tudo registrado pela porra manchada no colchão.     

Agora ele deixa a foto de lado, retira umas cartas de amor da gaveta, lê pela milésima uma que ela escreveu no dia dos namorados: “Ao meu eterno homem ofereço todo a temperatura do meu corpo”, em outra, essa sem data: “Obrigada pelas horas de amor selvagem que tivemos, adoro cavalgar em você”.

De repente, o pensamento começa a voltar, sente um calor no peito, a dor da saudade... Aos poucos ele sai do passado, cai na real, os olhos começam lacrimejar, já faz um tempo que tudo terminou, hoje está sozinho, triste e entorpecido pela nostalgia do coração.  Nunca mais escutou aquela do Simply Red.   

segunda-feira, 14 de março de 2011

EIS ME AQUI


Como diz o velho ditado: "Casa nova, vida nova". Pra quem não sabe, este "Jornalista na Sarjeta" ficou um tempão hospedado no site da editora Abril. Por isso, apesar de ser a primeira postagem nessa bodega, dispensarei o “MUITO PRAZER, MEU NOME É FÁBIO...”.  Lá estava indo tudo muito bem, mas aí a Abril resolveu cancelar os serviços de blogs aos usuários, e, como eu já conhecia essa estrutura do blogspot, por conta do Projeto Malawi, que matem um blog aqui, onde eu também participo, resolvi mudar pra cá.  

Então, apresento a vocês o meu novo cafofo, até que achei legal, bem arejado e aconchegante, virtualmente falando é claro. Um template básico que até combinou com o meu bannner e bons recursos para diagramação, ótimo, não precisa nada mais do que isso.

Layout à parte, a ideia é postar mais vezes do que no anterior, apesar que lá eu postei bastante, creio que só nos últimos meses havia dado uma esfriada devido a correria do meu serviço.  Pretendo seguir a mesma linha, sem uma editoria específica, apesar de usar bastante técnicas de jornalismo literário, mesclando jornalismo cultural com as minhas situações do dia a dia, fazendo recortes em cima do que eu ando lendo, assistindo e escrevendo, dos lugares por onde eu passo, além das minhas filosofias errantes e malucas.     

Certa vez, li um texto do Frei Betto , no qual ele dizia que escrevia para ser feliz. Já o escritor Jak Kerouac proclamava que escrevia para edificar o espírito. Acho que é bem por aí. Pra mim, em particular, escrever é a melhor maneira de extravasar os meus sentimentos e pensamentos de mundo, tanto físico quanto abstrato. Quando se trata de um blog então, em que o processo criativo é totalmente free, vejo como um passatempo. 

Por essas e por outras que faço questão de manter esse “Jornalista na Sarjeta”. Sem falar que eu tenho uma meia dúzia de leitores, amigos na verdade, que sempre me perguntam:  “Pô Bezerra, entrei no seu blog mas ele não estava atualizado”,quando não: “Bezerra, gosto das coisas que você escreve”. Só posso dizer que é satisfação total, positive vibration, receber esse prazer que os amigos tem em ler as minhas postagens.

É isso... Senhoras e senhores, amigos e amigas, quando quiserem sintonizar nas minhas maus traçadas linhas, é só entrar nessa bodega, fiquem à vontade, o blog é nosso.