quinta-feira, 30 de junho de 2011

SAUDADES DO SÉCULO XX










O dançarino Fred Astaire é um dos grandes artistas retratado no livro de Ruy Castro.







É no mínimo inusitado sentir saudade daquilo que não viveu, mas foi isso que senti ao ler “Saudades do Século 20” de Ruy Castro. Esqueça as duas guerras mundiais, as ditaduras que assolaram a nuestra América, o neoliberalismo econômico e a dominação do capital especulativo, pois nesse livro o autor lembra que não só de desgraça viveu o século 20.

Para falar desses bons fluídos o escritor evoca o dançarino Fred Astaire, as cantoras Billie Holiday e Anita O’Day, os cineastas Orson Welles, Billy Wilder e Alfred Hitchcock, os atores Humphrey Bogart e Mae West, a atriz e cantora Doris Day, os escritores Dashiell Hammett e Raymond Chandler, os cantores Frank Sinatra e Glenn Miller. Esses artistas sacudiram a arte em níveis universais. Todos têm suas obras e particularidades da vida que não ficam atrás da ficção em termos de emoção. Emoção esta, retratada de maneira brilhante por Ruy Castro, que tem como principal qualidade o dom de escrever um texto inteligente e bastante informativo sem ser chato.

Ler sobre esses artistas sem ter o mínimo de conhecimento dos seus trabalhos (no meu caso, por exemplo), já que a maioria viveu o apogeu artístico entre 1920 e 1960, é como fazer uma viagem ao passado e ter uma aula magna da história da arte nesses longínquos anos do século 20. Para os “arqueólogos de plantão” que gostam de escutar músicas e assistir filmes antigos, este livro é um prato cheio.

Na Introdução do livro o autor dá uma dica, aliás, uma ótima ideia: “Seria possível fazer outros livros iguais a este, estrelados pelos ingleses, franceses ou italianos que, nos últimos cem anos, também distribuíram emoção em escala planetária. Assim como seria possível fazer um ‘Saudades do Século 20’ com um elenco inteiramente nacional”. Com certeza teríamos aí um excelente livro. Só no prolífero ano de 1922 tinha-se em pleno vigor artístico, nessa terra de raios fúlgidos, grandes figuras como: Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Villa-Lobos. Sem falar dos movimentos que embalaram e agitaram as décadas de 60 e 70: Bossa Nova, Jovem Guarda, Cinema Novo, Tropicália e Teatro de Arena que brilharam nessa época.

Ruy Castro é um dos melhores jornalistas culturais da atualidade, autor de biografias e livros essenciais para entender e conhecer a nossa cultura como "Estrela Solitária" (biografia de Garrincha), "O Anjo Pornográfico" (biografia de Nelson Rodrigues), "Chega de Saudade" (sobre a bossa nova) e "O Vermelho e o Negro" (sobre o Flamengo). Tempo atrás, escreveu a biografia da Carmem Miranda.

sábado, 25 de junho de 2011

NOME, ASCENSÃO PROFISSIONAL, DINHEIRO, BUNDA, PARANOIA E UMA POSSÍVEL CILADA



Nos últimos livros que li do José Saramago os personagens não têm nome. Em “Ensaio sobre a Lúcidez”, por exemplo, mais uma daquelas alegorias barroquizantes do escritor português sobre um país, que também não tem nome, cuja população, sem nome é claro, resolve votar em branco, deixando a nação em estado de sítio.
Os personagens são apresentados assim: a enfermeira, o soldado, o médico, o governador... e por aí segue a narrativa. Nada de nomes. Tenho uma entrevista dele publicada na Revista Bravo, na qual diz: "No mundo contemporâneo, o nome de uma pessoa não tem nenhum valor". Concordo plenamente com o romancista.

O Cheiro do Ralo”, um bom filme no melhor estilo underground, conta a história de um cara - interpretado pelo Selton Mello - desprezível e escroto que se apaixona por uma bunda, que fique bem claro, a paixão não é pela garota da poupança prazerosa, mas pelos glúteos em si, tanto que ele não está nem um pouco interessado em olhar nos olhos ou saber o nome dela. ROMANTISMO ZERO! O SENTIMENTO É PELA BUNDA. O filme deixa isso bem claro, de maneira até que cômica.  Tem uma cena, muito maluca, em que ele pergunta o nome dela só por perguntar, só pra fazer média, mas na verdade o foco é a poupança da mina, tanto que a impressão é que o nome dela entrou por um ouvido e e saiu por outro.
E é sobre e esse universo de sem-nomes que se esbarra com sentimentos obsessivos por sucesso, dinheiro e afins, que eu gostaria de falar. A sociedade não quer saber o nome de ninguém, mas sim o que há de glamour, de cobiçável, de interesse na pessoa que se apresenta. Se é Antonio ou Maria, pouco importa. O que você é? Lixeiro ou médico? Empresária ou recepcionista?

Acho tudo isso uma grande bobagem. E o pior é que as pessoas ainda se acham muito importantes, pensam que abalam, mas na verdade são apenas bonecos num mundo regido por sombras do tipo. “Serei engenheiro, pois fiquei sabendo que assim posso ganhar muito dinheiro”. Nada contra ganhar dinheiro, money is very good, também gosto e preciso de grana. Se o cara tiver vocação para ser engenheiro, ele tem mais é que ir pra cima.
As mentes estão abitoladas por ascensão profissional. É claro que é legal a pessoa querer se alguém na vida. Maravilha. Mas calma aí! Tudo dentro de uma naturalidade, saudável, sem maluquices. Parece que para alguns o que rola é só ficar famoso, aparecer num programa de televisão, ser o centro das atenções, se sentir o foda, ter o gosto de sentir o poder nas mãos e o cacete a quatro.

Em resumo, é uma tremenda xaropice. Pessoas que pensam assim e que dão importância para valores ilusórios e abstratos, como estes, que fazem parte desta ‘festa pobre’ como cantava o Cazuza, mais cedo ou mais tarde vão entrar pelo cano, viver de maneira infeliz, com um quadro clínico e psíquico de frustrações e depressão. Infelizmente muitos, acham que estão abafando e sociedade trilha por este caminho, é lamentável, mas é a pura realidade. A esses eu digo: Vai lá! É isso que você quer, seguir tendências, aparecer, mesmo que sem nenhuma vocação para tal ofício. Boa sorte!

domingo, 19 de junho de 2011

RABISCOS DE CLARICE


"Renda-se como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei.
Pergunte, sem querer, a resposta, como estou
perguntando.
Não se preocupe, em "entender". Viver ultrapassa todo
entendimento".


Esse pequeno texto que eu postei acima foi escrito por uma das escritoras que fez a minha cabeça na juventude, tocante ao hábito de ler, ao gosto pela literatura. Falo da genial Clarice Lispector. 




Gosto do universo literatário dessa mulher, de olhar enigmático, autora de clássicos como "A Hora da Estrela" e a "Paixão Segundo G.H."
Talvez por isso, eu estou sempre relendo seus "rabiscos". E ela ainda costumava dizer que não podia ser considerada escritora profissional pelo fato de só escrever quando tinha vontade. Ainda bem que o seu gosto pela arte da escrita era rotineiro. 


sábado, 18 de junho de 2011

A OBRA-PRIMA DE MARVIN GAYE


O álbum What's Going On foi lançado em 1971, e até hoje é referência na música negra. Marvin Gaye conseguiu mesclar com genialidade, soul e funk, rock e grooves. Além dessa sensualidade musical, o disco é politizado, totalmente engajado, com letras que falam de conflitos raciais, Guerra de Vietnã e espiritualidade. A música que dá o nome ao álbum é um dos clássicos de Marvin Gaye. Acho o clipe emocionante, um retrato de tempos difíceis e angustiantes. Depois que o encontrei no youtube, já assisti várias vezes. É o tipo de clipe que faz o cara pensar como vivemos num mundo triste e mesquinho, mas, por outro lado, jamais podemos perder a esperança, é preciso seguir, firme e forte.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

PARA LIMPAR O ESTÔMAGO

Pagando de Ana Maria Braga, meio que fazendo uma sessão desses programas de gastronomia que passam na TV. Deixo aqui a receita de uma Sopa Natural, made in China, que tem o objetivo de fazer com que o "lixo" industrial que consumimos saia pelo estômago. Anota aí, e segue o roteiro:

Receita de sopa natural

Ingredientes:
6 tomates
6 cebolas
1 repolho
2 pimentas vermelhas (no caso de não ter, 1 pimentão)
1 aipo
1 nabo
uma pitada de sal

modo de preparo:
cortar todos os ingredientes em fatias de 3 a 4 centímetros de largura, coloca-los em uma panela e enche-la de água de modo que ela atinja um nível de cinco dedos acima dos ingredientes. Colocar sal. Ferver por 10 minutos e colocar em fogo baixo, até os ingredientes ficarem bem moles. Levar à geladeira.

  • de manhã é recomendável comer 90% do café da manhã, no almoço 70% e no jantar, 30%. Procurar não ficar com a barriga muito cheia.
1º dia :  enquanto não sentir fome, não coma. Quando sentir, só tomar a sopa e/ou comer frutas. É permitido beber chá, café e frutas. É proibido leite, açúcar, doces. Frutas proibidas: banana, melancia e uva.

2º dia : é permitido tomar a sopa acompanhada de legumes (qualquer legumes fresco). É proibido: feijão, batata e milho. Não comer nenhum tipo de fruta.

3º dia : é permitido tomar, a sopa, frutas e legumes. É proibido: batata e verduras.

4º dia : quando sentir fome, tomar a sopa acompanhada com legumes primeiramente, para depois, comer outro tipo de alimento como: frutas, leite e maçã. È preferível que se tome um copo de leite a comer uma banana.

5º dia: é permitido tomar a sopa, comer tomate cru, bife (200 gr) ou frango.

6º dia: é permitido tomar a sopa, comer carnes (inclusive bife) legumes e couve flor, no almoço
e no jantar.

7º dia: é permitido comer arroz e legumes. Beber suco e mais água. É proibido açúcar.


terça-feira, 14 de junho de 2011

ENQUANTO ISSO, EM JUNHO DE 1942












Anne Frank começava a escrever o seu diário, relatando o drama dos judeus por causa da ocupação nazista na Holanda. Vítima do holocausto, morreu aos 15 anos num campo de concentração. Suas anotações que viraram o Diário de Anne Frank, é um dos livros mais traduzidos no mundo. Uma lição de atitude, comportamento e, sobretudo, de vida. Quem ainda não leu, fica aí essa dica literária. 



segunda-feira, 13 de junho de 2011

POIS É


Gosto desse clipe. "Pois É" é uma das ótimas músicas do CD 4, o último albúm do "Los Hermanos", na minha opinião, totalmente experimentalista. Não sei se esse é o vídeo clipe oficial da música, mas é muito bonito, conseguiu ser tão lounge quanto a letra e o ritmo da canção. 

Parece um lance meio dadaísta, enquanto o som vai rolando, imagens totalmente desconexadas vão surgindo. Freiras subindo os degraus de uma igreja, surfista pegando onda, o rapaz andando de bicilceta com uma moça na garupa, transeuntes caminhando num calçadão em pleno raiar do dia, entre outras situações simples e líricas do cotidiano. Muito bom, uma bela melodia, com um clipe bem bacana.   

sábado, 11 de junho de 2011

UM PREFÁCIO PARA O MEU DIA DOS NAMORADOS



Amanhã é dia dos namorados, e logo mais à noite os casais estarão curtindo um roteiro romântico. Os motéis devem faturar hoje. Aliás, o comércio no geral, né?  O cartão de crédito rola solto em datas como essa.

Ah, o amor, uma publicidade perfeita para a indústria do coração faturar como se o mundo não fosse uma bola que só faz girar e sim um jardim cheio de buquês de rosas. Propaganda enganosa?

Ah, o amor, com o seu dom de fazer o contraste da natureza da vida que tem começo, meio e fim, acentuando sentimentos amorosos sem começo, meio e muito menos fim.

E uma grande amiga me ligou:
- Vamos sair pra dançar, Fabinho? Não quero passar essa noite sozinha, pensando no meu ex – intimou-me com uma voz meio histérica, meio que em estado de pânico.
- Relaxa, a felicidade há de vir, ela só não tem hora marcada, mas chega para todos nós – respondi tentando acalmá-la.

Ah, o amor e os seus fantasmas, o amor e as suas celebrações, que muitos de nós, meros mortais, o promovem como se fosse uma impossibilidade ser feliz sozinho, só na base da efemeridade da paquera, das paixões sem compromisso.
 
Eu particularmente, nesse dia, costumo, sem nenhum tipo de sofrimento ou rancor, lembrar dos grandes amores que eu tive, dá uma vontade danada de revivê-los, às vezes creio que a redescoberta é mais interessante que a descoberta.

Por isso, guardo com carinho os meus grandes amores, dos curtos aos mais prolongados, estão todos bem guardados naquela gaveta alojada no lado esquerdo do peito. Não vejo nenhum problema em revisitá-los, desde que seja nos seus esplendores.

Gosto de reler os meus romances, há páginas cujas impressões de gozo, paixão, riso e alegria parecem ainda estar soltas, longe do ponto final.   

E sobre a madrugada de hoje, daqui a pouco estarei em algum bar, provavelmente dançando e bebendo, cercado de outros grandes amigos. Talvez, no meio da diversão, eu encontre uma repentina e sorridente paquera, aí um sorriso ainda mais largo tomará conta do meu rosto.

Solteiro ou comprometido, o que eu procuro na vida é sempre uma maneira de rir suavemente, foi isso o que eu disse pra minha amiga.  

quinta-feira, 9 de junho de 2011

ESSÊNCIA


“Na busca por água em um mundo seco, um sobrevivente encontra sua essência.” É dessa epígrafe apocalíptica que a dupla Daniel Rabanéa e a minha amiga e fotógrafa Paula Rocha partiu para gravar esse vídeo e concorrer no site do Festival Anima Mundi, num concurso voltado para o tema “Água”. Como, fora a amizade, eu gostei do trabalho deles, estou divulgando e pedindo para quem curtir também entrar lá no site e votar neles, o link é:
Valeu! Como diz o Fábio Júnior: "OBRIGADÚ"

domingo, 5 de junho de 2011

ENSINAMENTOS DE THOREAU


"Cuidado com todas as atividades que requeiram roupas novas."

"Um homem é rico na proporção do número de coisas de que ele é capaz de abrir a mão."
 
"Nunca é tarde para abrirmos mão dos nossos preconceitos. "

"Qualquer idiota pode fazer uma regra e qualquer idiota a seguirá."

"As coisas não mudam, nós é que mudamos."

"Caminhar sem rumo é uma grande arte."

Henry David Thoreau era o nome da fera, o cara foi poeta, naturalista, filósofo, ensaísta e amante da natureza. Viajou pra tudo que é lado, ficou dois anos morando num barraco, na frente de um lago, onde sobrevivia do trabalho natural. "A Desobediência Civil", um dos textos mais conhecidos de Thoreau, escrito em 1849, influênciou personalidades como Ghandi, Martin Luter King e Tolstoi. Conheci a obra dele quando comecei a pesquisar sobre o movimento hippie, nos tempos da faculdade de jornalismo. Um dos meus sonhos de mochileiro é quem sabe um dia, passar por alguns lugares que ele viajou.

SE BEBER, NÃO DANCE - CLIPE "CASEIRO"



SE BEBER, NÃO DANCE – ALOPRANDO EM NATAL – estrelando Ryu, Jé e BezerraPRODUÇÃO SIZILOS FILME.

Uma viagem que foi muito especial, na companhia de grandes amigos. Que boa escolha foi Natal como destino da nossa diversão. Show!