sábado, 11 de junho de 2011

UM PREFÁCIO PARA O MEU DIA DOS NAMORADOS



Amanhã é dia dos namorados, e logo mais à noite os casais estarão curtindo um roteiro romântico. Os motéis devem faturar hoje. Aliás, o comércio no geral, né?  O cartão de crédito rola solto em datas como essa.

Ah, o amor, uma publicidade perfeita para a indústria do coração faturar como se o mundo não fosse uma bola que só faz girar e sim um jardim cheio de buquês de rosas. Propaganda enganosa?

Ah, o amor, com o seu dom de fazer o contraste da natureza da vida que tem começo, meio e fim, acentuando sentimentos amorosos sem começo, meio e muito menos fim.

E uma grande amiga me ligou:
- Vamos sair pra dançar, Fabinho? Não quero passar essa noite sozinha, pensando no meu ex – intimou-me com uma voz meio histérica, meio que em estado de pânico.
- Relaxa, a felicidade há de vir, ela só não tem hora marcada, mas chega para todos nós – respondi tentando acalmá-la.

Ah, o amor e os seus fantasmas, o amor e as suas celebrações, que muitos de nós, meros mortais, o promovem como se fosse uma impossibilidade ser feliz sozinho, só na base da efemeridade da paquera, das paixões sem compromisso.
 
Eu particularmente, nesse dia, costumo, sem nenhum tipo de sofrimento ou rancor, lembrar dos grandes amores que eu tive, dá uma vontade danada de revivê-los, às vezes creio que a redescoberta é mais interessante que a descoberta.

Por isso, guardo com carinho os meus grandes amores, dos curtos aos mais prolongados, estão todos bem guardados naquela gaveta alojada no lado esquerdo do peito. Não vejo nenhum problema em revisitá-los, desde que seja nos seus esplendores.

Gosto de reler os meus romances, há páginas cujas impressões de gozo, paixão, riso e alegria parecem ainda estar soltas, longe do ponto final.   

E sobre a madrugada de hoje, daqui a pouco estarei em algum bar, provavelmente dançando e bebendo, cercado de outros grandes amigos. Talvez, no meio da diversão, eu encontre uma repentina e sorridente paquera, aí um sorriso ainda mais largo tomará conta do meu rosto.

Solteiro ou comprometido, o que eu procuro na vida é sempre uma maneira de rir suavemente, foi isso o que eu disse pra minha amiga.  

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