Tudo é tão rápido nessa vida, não lembro o exato momento, mas o fato é que, num minuto atrás, pelo menos parece (risos), eu estava assistindo algum desenho animado e pensando que o mundo era feito de chocolate e movido a brinquedos, no próximo, eu já era um adulto e viajava na carroceria de uma caminhonete pelo Pantanal, comendo muita melância.
Pensando bem, é por aí, afinal a vida é uma sequência só, está tudo no mesmo storyboard: infância, adolescência, juventude, adulto, velhice...
De todos os desenhos que eu assistia, havia uma atenção especial pela turma do Snoopy, principalmente por causa do Charlie Brown. Eu rachava o bico com as suas trapalhadas e até me solidarizava quando ele se dava mal. A verdade é que eu me identificava muito com o meu amigo Charlie.
Lembro do episódio que ele disputa a maratona na escola. Ao vencedor, além do prêmio, o beijo da Garotinha Ruiva, essa era a sua grande paixão estudantil.
No dia da prova, disparou. Correu feito um foguete, como não via ninguém à sua frente, já ia sonhando com o beijo da Garotinha ruiva. Então, fechou os olhos. Seus pés não sentiam mais o chão, a dureza do concreto, mas sim, a leveza das nuvens.
Já podia sentir a tão esperada hora, poucos quilômetros o separavam da conquista, do tão desejado beijo. Só que, como estava de olhos fechados e o rosto pra cima, fitando o céu, passou direto pela última curva. Saiu do percurso. Os seus amigos gritando. Charlie Brown! Charlie Brown! Vira! Vira! E Charlie nem aí. Lá se foi, passou pelo portão do ginásio, pegou a estrada, e seguiu, sonhando, viajando...
Como hoje é o Dia das Crianças e estava rolando essa campanha no Face de trocar a foto por um desenho animado ou personagem de gibi que marcou a infância. Lembrei na hora do meu amigo Charlie Brown. Pois foi na minha época de criança mesmo, não tinha nem dez anos. Depois que eu comecei a ler gibis da Marvel e entrei na onda do Homem-Aranha, X-Man, Capitão América, Hulk, Thor e mais um monte de super-heróis.
Aproveitando a deixa, sem querer pagar de dono da verdade, apenas como mensagem para esse dia, gostaria de dizer que a infância não pode ser uma arte perdida.
Por isso: menos video game na vida da garotada, mais parques, praças, zoológicos, museus, teatros e passeios no geral; menos televisão e mais brincadeiras de rua, amarelinha, queimada, taco, esconde-esconde; menos consumismo e mais aprendizagem, é nessa idade que se aprende a respeitar o próximo, as diferenças, a cuidar da natureza, enfim, ser alguém de verdade.
Atenção senhores pais! Na festa da criançada, música infantil e não funk ou outro estilo que não condiz com o universo deles.
Para crianças, infância é pra ser uma passagem de diversão e aprendizado. Horas de lazer. Horas de cumprir as tarefas como estudar. É nessa passagem da vida onde nascem os cidadãos, as pessoas de bem.
Aí quando adultos, ela será uma espécie de felicidade guardada com carinho, algo que passou, mas reflete no presente e no futuro de todos nós.
Feliz Dia das Crianças!

Nenhum comentário:
Postar um comentário