Leio na internet notícias sobre a lua Europa, que gravita ao redor de Júpiter. Fico sabendo que ela é revestida por uma camada de gelo brilhante e com riscos coloridos. Segundo cientistas da NASA, pode ter vida nesse solo lunar, já que lá tem elementos fundamentais como água, calor e material orgânico de cometas.
Olho pro céu, e só de imaginar que além, muito além, dele é possível que exista outros oceanos soltos por aí... Caramba! Isso me impressiona. Sigo em frente ainda mais fascinado pela beleza da vida, com as suas eternas revelações. Mas é tão estranho pensar no vagar de um mar enigmático, enquanto eu fico perdido em algum cruzamento dos 140 milhões de metros quadrados da Terra, ora no Malawi, ora em Mogi das Cruzes. Estranho também é, aliás, muito estranho eu diria, a sensação de ficar perdido. Delírios, miragens, dúvidas: Mastercard, Visa, dinheiro ou em cheque, pago agora ou depois, ali ou aqui, vou pra lá ou vou pra cá, a loira ou a morena, nem a modernidade do GPS resolve o conflituoso horizonte de um lost, de um perdido, seja numa autoestrada ou na 25 de Março. Toda essa loucura à base de uma infinita confusão faz parte da atmosfera de quem fica perdido.
Essas contradições relacionadas entre a força da natureza e a fragilidade da nossa alma, de certa forma, me emocionam como se eu estivesse participando de uma encenação trágica de Shakespeare. Penso numa filosofia de compreensão do universo, tento escrever um ensaio sobre a nossa presença na Terra. Aí eu reflito que enquanto um oceano vaga no universo, alguns homens correm para as suas casas, outros seguem sem rumo e eu, particularmente, fiquei perdido em algum cruzamento, não sei bem onde eu estou...
Às vezes me vejo numa estrada na qual as placas aparecem e somem sem dar tempo de ler qual é próxima cidade, e olha que eu vou devagar, apesar de escutar Infinita Highway do Engenheiros do Hawaii:
"Cento e dez, cento e vinte
Cento e sessenta
Só prá ver até quando o motor aguenta
Na boca, em vez de um beijo,
Um chiclet de menta..."
Essa velocidade é só na trilha sonora mesmo, pois na verdade eu tô bem devagar, quase parando. Deve ser o lance da miragem, só pode ser, na realidade não tem placa nenhuma, não há sinalizações, é tudo delírio, a única verdade é que eu preciso seguir em frente. Só não posso ficar no roteiro de um personagem da antiga série "Perdidos no Espaço".
Eu vou conseguir, um dia eu chego no meu destino, um dia eu fico de boa como a lua Europa que tem seu ponto fixo no universo, gravitando tranquilamente no entorno de Júpiter. Aí eu não vou mais me imaginar como aquelas estrelas sem galáxias, as quais os astrofísicos chamam de estrelas orfãs, eremitas do espaço.
Um dia eu me encontro.
Olho pro céu, e só de imaginar que além, muito além, dele é possível que exista outros oceanos soltos por aí... Caramba! Isso me impressiona. Sigo em frente ainda mais fascinado pela beleza da vida, com as suas eternas revelações. Mas é tão estranho pensar no vagar de um mar enigmático, enquanto eu fico perdido em algum cruzamento dos 140 milhões de metros quadrados da Terra, ora no Malawi, ora em Mogi das Cruzes. Estranho também é, aliás, muito estranho eu diria, a sensação de ficar perdido. Delírios, miragens, dúvidas: Mastercard, Visa, dinheiro ou em cheque, pago agora ou depois, ali ou aqui, vou pra lá ou vou pra cá, a loira ou a morena, nem a modernidade do GPS resolve o conflituoso horizonte de um lost, de um perdido, seja numa autoestrada ou na 25 de Março. Toda essa loucura à base de uma infinita confusão faz parte da atmosfera de quem fica perdido.
Essas contradições relacionadas entre a força da natureza e a fragilidade da nossa alma, de certa forma, me emocionam como se eu estivesse participando de uma encenação trágica de Shakespeare. Penso numa filosofia de compreensão do universo, tento escrever um ensaio sobre a nossa presença na Terra. Aí eu reflito que enquanto um oceano vaga no universo, alguns homens correm para as suas casas, outros seguem sem rumo e eu, particularmente, fiquei perdido em algum cruzamento, não sei bem onde eu estou...
Às vezes me vejo numa estrada na qual as placas aparecem e somem sem dar tempo de ler qual é próxima cidade, e olha que eu vou devagar, apesar de escutar Infinita Highway do Engenheiros do Hawaii:
"Cento e dez, cento e vinte
Cento e sessenta
Só prá ver até quando o motor aguenta
Na boca, em vez de um beijo,
Um chiclet de menta..."
Essa velocidade é só na trilha sonora mesmo, pois na verdade eu tô bem devagar, quase parando. Deve ser o lance da miragem, só pode ser, na realidade não tem placa nenhuma, não há sinalizações, é tudo delírio, a única verdade é que eu preciso seguir em frente. Só não posso ficar no roteiro de um personagem da antiga série "Perdidos no Espaço".
Eu vou conseguir, um dia eu chego no meu destino, um dia eu fico de boa como a lua Europa que tem seu ponto fixo no universo, gravitando tranquilamente no entorno de Júpiter. Aí eu não vou mais me imaginar como aquelas estrelas sem galáxias, as quais os astrofísicos chamam de estrelas orfãs, eremitas do espaço.
Um dia eu me encontro.

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