post publicado originalmente no blog anterior
"Alô! Aqui é Emanuelle, secretária do jornalista Fábio Bézza. Ele não está no momento, mas eu anotarei e passarei o seu recado". Eu imaginei essa cena. Deixa eu explicar o porquê. O leitor que acompanha este blog sabe que eu trabalho numa mídia pequena na simpática cidade de Santo André. Como é uma empresa que está dando os primeiros passos, lá todo mundo faz um pouco de tudo, então, além de escrever as matérias, eu ligo e muito para os anunciantes não só a fim de pegar informação sobre a montagem das propagandas, mas também fazer aquilo que chamamos de feed back, saber se está gostando da divulgação, da parte publicitária, etc. e tal.
Nesta semana, ligando para um dos clientes falei com uma secretária cuja voz tranquila e suave me atendeu educadamente e adoravelmente. Assim que eu desliguei vislumbrei uma imagem profética, ou melhor, como disse no título do post "Um momento de raro delírio".
Lá estava eu, no topo da carreira, um homem procurado por veículos de comunicação do mundo inteiro. O pessoal do New York Times me pedindo um artigo sobre a influência de Dostoiévski nos escritores da geração beatnik. A National Geographic solicitando as minhas recentes fotos do mundo animal, como a que tirei de um leopardo devorando um macaco. A Playboy pedindo um texto para ilustrar o ensaio fotográfico de alguma beldade do panteão global. A revista Vida Simples requerendo uma reportagem nirvânica e mística sobre os hippies que vendem artesanatos na Praça da República. E sempre, sempre, enquanto o mundo da mídia ficava a minha procura, Emanuelle, seguia falando: "Alô! Aqui é Emanuelle secretária do jornalista Fábio Bézza. Ele não está, mas eu anotarei e passarei o seu recado".
Na minha visão futurística, Emanuelle, surge numa moldura mestiça, mais de ascendência japonesa do que brasileira. Vinda ao mundo num corpo sobrenatural traçado por uma beleza devastadora, um capricho dos deuses que amam, pregam a alegria e o prazer.
Emanuelle sentada de maneira comportada, com as pernas compridas cruzadas, o longo cabelo amarrado num coque estilo de gueixa, anotando as notícias alvísseiras ao meu respeito, passando as boas-novas do universo inventado por Gutenberg para o ex-jornalista da sarjeta, agora, profissional requisitado pelos medalhões da imprensa. Eu, em plena forma literária, filosófica e jornalística, escrevendo todos os tipos de textos, de gêneros e formatos: editoriais, reportagens, contos, crônicas, aforismos, sátiras, artigos e tudo mais. E da minha mesa, trabalhando como um louco, feliz da vida, escutando Emanuelle dizer: "Alô! Aqui é...
Nesta semana, ligando para um dos clientes falei com uma secretária cuja voz tranquila e suave me atendeu educadamente e adoravelmente. Assim que eu desliguei vislumbrei uma imagem profética, ou melhor, como disse no título do post "Um momento de raro delírio".
Lá estava eu, no topo da carreira, um homem procurado por veículos de comunicação do mundo inteiro. O pessoal do New York Times me pedindo um artigo sobre a influência de Dostoiévski nos escritores da geração beatnik. A National Geographic solicitando as minhas recentes fotos do mundo animal, como a que tirei de um leopardo devorando um macaco. A Playboy pedindo um texto para ilustrar o ensaio fotográfico de alguma beldade do panteão global. A revista Vida Simples requerendo uma reportagem nirvânica e mística sobre os hippies que vendem artesanatos na Praça da República. E sempre, sempre, enquanto o mundo da mídia ficava a minha procura, Emanuelle, seguia falando: "Alô! Aqui é Emanuelle secretária do jornalista Fábio Bézza. Ele não está, mas eu anotarei e passarei o seu recado".
Na minha visão futurística, Emanuelle, surge numa moldura mestiça, mais de ascendência japonesa do que brasileira. Vinda ao mundo num corpo sobrenatural traçado por uma beleza devastadora, um capricho dos deuses que amam, pregam a alegria e o prazer.
Emanuelle sentada de maneira comportada, com as pernas compridas cruzadas, o longo cabelo amarrado num coque estilo de gueixa, anotando as notícias alvísseiras ao meu respeito, passando as boas-novas do universo inventado por Gutenberg para o ex-jornalista da sarjeta, agora, profissional requisitado pelos medalhões da imprensa. Eu, em plena forma literária, filosófica e jornalística, escrevendo todos os tipos de textos, de gêneros e formatos: editoriais, reportagens, contos, crônicas, aforismos, sátiras, artigos e tudo mais. E da minha mesa, trabalhando como um louco, feliz da vida, escutando Emanuelle dizer: "Alô! Aqui é...
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